BRASÍLIA - Em pouco mais de um mês de programa de microcrédito produtivo orientado, o Banco do Brasil já ultrapassou a marca de R$ 60 milhões em empréstimos. Segundo dados aos quais O GLOBO teve acesso, a cidade de Campos dos Goytacazes, a maior do interior fluminense, foi a campeã em valores financiados: R$ 2 milhões. É a metade do que foi emprestado em todo o estado do Rio, que ultrapassou a meta estabelecida pela instituição.
Esse tipo de financiamento subsidiado pelo governo é voltado para atrair o novo filão para os bancos: as classes C e D. Com o aumento da renda e, consequentemente, do consumo, as instituições financeiras se voltaram para esse nicho do mercado.
No Rio, há vários projetos financiados por essa linha. Um deles é fazer com que os vendedores de barracas da praia virem seus próprios patrões. Em Copacabana e Ipanema, vários se tornaram clientes do BB depois de receberem orientação, acompanhamento e financiamento para se livrarem dos intermediários no negócio. E com mais estrutura, conseguem aumentar o faturamento. O banco disponibilizou cerca de duas mil máquinas para vendas com cartões de pagamento.
— Esse é o nosso pré-sal. A gente está investindo nesses novos clientes que não tinham acesso aos financiamentos do banco e queremos a fidelidade deles — disse o gerente geral de Desenvolvimento Sustentável, Rodrigo Nogueira.
Ele explicou que as taxas mais baixas para esse tipo de financiamento são as mais baratas disponíveis: juros de 8% ao ano. Antes, as linhas tinham uma taxa de 60% ao ano. Isso só é possível porque o governo subsidia parte do empréstimo. O Tesouro Nacional arca com a diferença desses juros. É assim que o banco consegue ter lucro com um empréstimo barato e que demanda mão de obra qualificada para acompanhar o empreendedor, fazer planos de negócios e estimular o desenvolvimento.
Fonte: O Globo
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