quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ato em defesa dos royalties no RJ reúne 150 mil pessoas na Cinelândia, diz PM

A atriz Fernanda Montenegro discursou em palco montado no Centro do Rio. Proposta já aprovada pelo Senado redistribui renda do petróleo.
A Polícia Militar informou, por volta das 19h desta quinta-feira (10), que o ato contra as novas regras de distribuição dos royalties reúne cerca de 150 mil pessoas, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro. A concentração aconteceu por volta das 15h e já havia atraído 50 mil manifestantes à Candelária, segundo a PM.

 
Kleber Lucas cantou após show de Sorriso Maroto


Os royalties são tributos pagos pelas empresas aos estados de onde o petróleo é extraído, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. A nova proposta já aprovada pelo Senado prevê a diminuição do repasse aos estados produtores e um aumento para os que não produzem o óleo.


O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, não fez discurso. “Preferimos que a sociedade se expresse”, disse ele. Em seu breve pronunciamento, Cabral afirmou que o estado não vai ceder ao projeto de lei. “Nós não vamos ceder um real sequer do que já foi licitado por respeito ao diálogo e à democracia. O Rio é um estado essencialmente democrático, mas não vamos aceitar que avancem sobre receitas garantidas ao nosso povo”, disse.

Os manifestantes seguiram da Candelária até a Cinelândia. A atriz Fernanda Montenegro discursou em palco montado na Cinelândia. Segundo os organizadores, estão programados, ainda, shows das bandas Diante do Trono e dos cantores Naldo e Lulu Santos.

 

Público se concentrou em frente ao Theatro Municipal


Artistas, músicos e outras personalidades também devem participar do protesto, entre eles, a apresentadora Xuxa, as atrizes Cissa Guimarães, Paula Burlamaqui, Letícia Spiller e Christiane Torloni, os cantores Martinho da Vila e Fernanda Abreu, além do ex-treinador Carlos Alberto Parreira e do arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta.

De acordo com o Centro de Operações da prefeitura, é tranquilo no entorno do local do ato. Por causa da passeata, a prefeitura montou um esquema especial de trânsito. Não há registro de retenções.

Proposta
A nova proposta já aprovada pelo Senado prevê a diminuição do repasse aos estados produtores e um aumento para os que não produzem o óleo.

Além da presença do governador do Rio, Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes, políticos de outras cidades prometeram comparecer ao evento desta tarde.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio, Wadih Damous, participou do ato: “O Rio, historicamente, sediou grandes lutas democráticas do país, como a anistia e as 'Diretas Já'. É um cenário natural e histórico de manifestação. O povo vem às ruas por um direito garantido da constituição.”

Para ele, a divisão dos royalties do petróleo vai significar a quebra do estado. “Põe em risco a realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo. Vai coibir projetos sociais. Espero que a manifestação sensibilize os deputados federais e a presidente da república”, disse.

“Os royalties estão previstos para que os estados produtores tenham uma compensação pelo impacto ambiental. Esse projeto de lei é abertamente inconstitucional, trata-se de uma briga financeira que está sendo travada politicamente. Nós nos colocamos à disposição para subscrever uma ação direta de inconstitucionalidade a ser proposta no STF”, afirmou.

Fonte: G1

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