Reunião ontem(04/04) na Secretaria Municipal de Cultura
A cada ano que passa, fico mais triste com a situação do Carnaval Campista. Entra governo e sai governo e o problema continua. Quando digo a palavra "desrespeitados", quero dizer que faltando exatos 22 dias para os desfiles do Campos Folia 2012 (Carnaval Fora de Época) até o momento não foi liberada a subvenção da prefeitura para as Escolas de Samba e Blocos de Samba.
Quando digo "desrespeitados", quero dizer que a maioria das pessoas dizem assim: "-Estão faltando remédios e médicos nos postos de saúde e farmácia popular". "-Bairros estão abandonados por falta de limpeza pública e obras de saneamento básico". "-Faltam casas populares para a população mais carente". Enfim uma série de coisas que o governo municipal deixa a desejar, mas a população precisa entender que o dinheiro destinado ao carnaval sai da Secretaria de Cultura, Fundação Cultural, Fundação Teatro Municipal Trianon e Fundação Zumbi dos Palmares. São verbas destinadas especificamente para a cultura. E não tem nada haver com o dinheiro destinado para os remédios e os médicos que saem da Secretaria de Saúde. Não tem nada haver com o dinheiro destinado a limpeza pública e obras que saem da Secretaria de Obras.
Se estas secretarias não sabem administrar os recursos que recebem problema são delas, da prefeita e nosso que votamos de quatro em quatro anos nas pessoas erradas. Pois a cada ano é feito um orçamento para cada Secretaria e cabe aos seus Secretários saberem administrar os recursos que recebem.
Então só esclarecendo o que escuto falar pelo calçadão e em alguns programas de rádio e que vejo alguns amigos blogueiros de Campos postarem em seus blogs. Que dizem que ao invés de fazer carnaval a prefeitura tem que fazer isso ou aquilo, comprar isso ou aquilo. Espero ter esclarecido as pessoas que não não sabiam do destino do dinheiro público e parem de menosprezar o nosso Carnaval, pois não é nossa a culpa da falta de remédios, médicos, saneamentos básicos, casas populares, enfim. E sim desse governo que não sabe administrar os recursos que detém.
Voltando ao Campos Folia 2012 a reunião de ontem (04/04), como em todos os anos foi humilhante para os Carnavalescos. A todo o momento nós somos humilhados, massacrados, debochados pelo governo municipal que só falta pedir o DNA dos presidentes para liberar R$ 80.000,00 para cada Escola de Samba e R$ 60.000,00 para os Blocos de Samba. Vocês acham muito dinheiro? Pois bem, uma escola de Samba do da Capital do Rio de Janeiro vem aqui se apresentar e recebe entre R$ 100.000,00 e R$ 250.000,00; ficam hospedados nos melhores hotéis da cidade por conta do contratante e se apresentam em 20 ou 30 minutos e vão embora para a capital levando os recursos de nossa cidade, pois os impostos que recaem nas notas fiscais emitidas por elas ou prestação de serviço vão para a cidade de origem. Ou seja, Rio de Janeiro.
E nossas Escolas de Samba de Campos trabalham mais de 1/3 do ano (algumas o ano inteiro), fazem contratos temporários com o pessoal daqui mesmo para trabalharem nos barracões, gerando dezenas de empregos temporários neste período (a grande maioria dos empregados são pessoas de comunidades carente), pagamos nossos impostos aqui mesmo gerando arrecadação para o próprio município, temos que desfilar em 60 minutos e ainda somos julgados, tudo isso por R$ 80.000,00 (Escolas de Samba) e R$ 60.000,00 (Blocos de Samba).
Que a população julguem as Escolas de Samba e os Blocos de Samba depois desse post, sabendo agora que não somos aproveitadores, como já ouvi dizerem por aí. Que somos amantes, amadores e humilhados do Carnaval Campista.
Segue abaixo um texto para reflexão para os Carnavalescos Campistas que amam o nosso Carnaval:
Durante uma vida a gente é capaz de sentir de tudo, são inúmeras as sensações que nos invadem, e delas a arte igualmente já se serviu com fartura. Paixão, saudades, culpa, dor-de-cotovelo, remorso, excitação, otimismo, desejo – sabemos reconhecer cada uma destas alegrias e tristezas, não há muita novidade, já vivenciamos um pouco de cada coisa, e o que não foi vivenciado foi ao menos testemunhado através de desfiles, filmagens, letras de samba-enredo.
Há um sentimento, no entanto, que não aparece muito, não protagoniza cenas de filmagens nem vira versos com freqüência, e quando a gente sente na própria pele, é como se fosse uma visita incômoda. De humilhação que falo.
Há muitas maneiras de uma pessoa se sentir humilhada. A mais comum é aquela em que alguém nos menospreza diretamente, nos reduz, nos coloca no nosso devido lugar - que lugar é este que não permite movimento, travessia?. Geralmente são opressões hierárquicas: patrão-empregado, professor-aluno, adulto-criança, prefeitura-carnavalescos. Respeitamos a hierarquia, mas não engolimos a soberba alheia, e este tipo de humilhação só não causa maior estrago porque sabemos que ele é fruto da arrogância, e os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexo de inferioridade. Humilham para não se sentirem humilhados.
Mas e quando a humilhação não é fruto da hierarquia, mas de algo muito maior e mais massacrante: o desconhecimento sobre nós mesmos? Tentamos superar uma dor antiga e não conseguimos. Procuramos ficar amigos de quem já amamos e caímos em velhas ciladas armadas pelo coração. Oferecemos nossa mão e nosso carinho para quem já não precisa nem de um nem de outro. Motivos nobres, mas os resultados são vexatórios.
Nesses casos, não houve maldade, ninguém pretendeu nos desdenhar. Estivemos apenas enfrentando o desconhecido: nós mesmos, nossas fraquezas, nossas emoções mais escondidas, aquelas que julgávamos superadas, para sempre adormecidas, mas que de vez em quando acordam para, impiedosas, nos colocar em nosso devido lugar.
Eu, Sandro Marajá, AMO O CARNAVAL CAMPISTA.
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