Os médicos do pronto socorro do Hospital Ferreira Machado (HFM) podem parar no próximo dia 21. A informação é do neurocirurgião, Paulo Romano, responsável pelo movimento grevista. Segundo ele, uma assembleia está marcada para amanhã, às 20h, onde será decidida a greve. O diretor do HFM, Ricardo Madeira, disse que não vai tolerar greve e que está tratando o assunto como “um ato irresponsável por parte de alguns médicos”.
De acordo com Paulo Romano, existe um indicativo muito forte para a deflagração da greve. “Iremos fazer a assembleia para que tudo siga os parâmetros legais. O indicativo é grande para que a greve seja deflagrada uma semana após a audiência”, disse ele, ao afirmar que colocou cartazes nos corredores do pronto socorro para a adesão dos colegas ao movimento. O neurocirurgião disse que várias tentativas de negociação foram feitas, sem êxito.
— Não tivemos resposta de nenhuma solicitação enviada aos órgãos competentes a nossas reivindicações, inclusive o abaixo-assinado emitido no mês passado(VEJA AQUI). Até uma reunião com a prefeita Rosinha Garotinho nós tentamos, sem sucesso — afirmou Paulo Romano.
Segundo ele, as reivindicações da categoria são: a elevação do salário final em no mínimo R$ 8.370, já com os devidos descontos; a formação de uma comissão mista para compra de medicamentos e equipamentos descartáveis ou de uso contínuo, para que, segundo o abaixo-assinado, “não se continue comprando materiais de péssima qualidade”. Além disso, os médicos protestam por soluções imediatas das condições insalubres e de risco físico relacionado às obras na emergência. Paulo Romano disse ainda que as reivindicações de melhores condições de trabalho são de todas as categorias do pronto socorro. “Não é apenas reclamação dos médicos. Todas as outras funções de nível médio e superior também fizeram um documento em protesto a isso”.
Segundo o médico, o documento com mais de 70 assinaturas teve cópias enviadas ao Ministério Público Estadual e do Trabalho, diretor do HFM, secretaria de Saúde, presidência da FMS, Sindicato dos Médicos, Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Câmara de Vereadores e ao gabinete da prefeita.
Diretor cita Código de Ética Profissional
“A primeira coisa que quero deixar claro é que esse movimento não envolve todos os médicos do pronto socorro”, afirmou o diretor do HFM, Ricardo Madeira. Por telefone, Ricardo mencionou dois trechos do Código de Ética Profissional e disse que eles não têm o direito de paralisar suas atividades por ser um ambiente de emergência. “O artigo 7º do capítulo três do Código de Ética diz que é vedado ao médico “Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação fazê-lo, expondo ao risco a vida de pacientes”. Já o capítulo dois fala que é de direito ‘Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina”.
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