A prisão dos engenheiros no caso do desastre socioeconômico de
Brumadinho possui um exemplo pedagógico! Profissionais técnicos
qualificados, como engenheiros, médicos, bem como os profissionais do
Direito, acostumaram a se enxergarem como classe dominante, motivados
pela ilusão de possuírem renda melhorada, conferindo-lhes um poder de
compra e qualidade de vida mais razoáveis. A ilusão oriunda da renda, e
sua consequência social, levou essa parcela da sociedade a se acharem mais
próximos da classe dominante, quiçá membros efetivos da classe
dominante, e assumindo, assim, todo um conjunto de ideias e visão de
mundo típicos dos donos do capital! É essa postura, bem típica da classe
média, aliás, que sempre a fez reacionária, destoando assim das
posturas das classes dominantes, por um lado, bem como da classe
trabalhadora, ambas historicamente revolucionárias! O caso de
Brumadinho, assim, é pedagógico no sentido de mostrar a posição de cada
umas das classes no tabuleiro das relações sociais! Engenheiros e
médicos, bem como os demais profissionais liberais, não pertencem aos
membros da classe dominante! Não são donos do Capital! Sua função,
dentro da divisão social do trabalho, é unicamente trabalhar para o
crescimento do Capital. São, por assim dizer, administradores de ponta,
ou profissionais cuja função é cuidar da saúde dos detentores do
Capital! São proletários lato sensu!